Praticamente todo este artigo foi escrito e publicado na Internet no ano de 2004, quando o ataque terrorista contra a AMIA, completava 10 anos.. Implementado pelo Irã, em Buenos Aires, criou uma linha de corte e obrigou as comunidades judaicas, em quase todo o mundo, a investirem em proteções físicas contra carros bomba.
Curiosamente, mesmo com todos os fato absolutamente apurados e divulgados, ainda 31 anos depois, a grande maioria das pessoas afirma ter sido um “ataque contra a comunidade judaica”, deixando 88 mortos, dando a entender que apenas judeus foram assassinados. E isto está longe de ser verdade. A primeira parte do artigo traz a caracterização de cada vítima fatal: 33 cristãs, 53 judias; 26 funcionários da instituição, 22 transeuntes ou vizinhos. 240 outras pessoas ficaram feridas em vários graus de gravidade e a quase totalidade não era composta por judeus.
O que não se compreendia corretamente nem em 1994, nem 10 anos depois, era o papel do presidente Cartlo Ménen. Ele era o presidente em 1992 quando um atentado similar destruiu a embaixada de Israel em Buenos Aires (também está ao longo deste artigo), deixando 21 mortos, 12 dos quais eram cristãos, e um número similar de feridos na rua e nos prédios vizinhos: 250, praticamente nenhum deles judeu.
Até aquele momento, o terrorismo islâmico contra Israel era praticado pela OLP, e por outros grupos palestinos (inclusive a FPLP – Frente Popular para Libertação da Palestina, cujos membros eram cristãos ortodoxos comunistas). Tinham o que podemos chamar erradamente de “ética” pois só atacam judeus e cidadãos israelenses. Já em 1992 o primeiro dedo se levantou contra a OLP, mas não combinava com o modus-operandi palestino, pois as vítimas eram majoritariamente não-judias e não israelenses. Apenas em 1996 é que ficou clara a participação do Hezbollah, portanto do Irã e do islamismo xiita radical, cujas ações eram absolutamente indiscriminadas.
Existiu um movimetno social, principalmente em Buenos Aires, e já completamente esquecido. Parte dos residentes da capital decidiu expulsar as instituições judaicas de suas vizinhanças, temendo serem mortos “por causa da presença dos judeus”. Isso foi real, mas não prosperou e nenhuma entidade judaica, sinagoga e instituição saiu de seu enderço. O prédio da AMIA foi resocnstruído.
Carlos Ménen não era católico. Ele se converteu ao catolicismo de uma forma civilmente legal, mas com a dispensa de “takya” dada por clérigos muçulmanos na Argentina. A Takya (além de ser aquela cobertura de cabeça típica dos muçulmanos, também é o dispositivo teológico que incentiva mentir para o inimigo. Assim, Ménen, um sírio allawita (mesmo grupo de Bashar al Assad), que é um ramo xiita, falsamente se converteu ao catolicismo, pois a constituição portenha era tão democrática que um presidente, obrigatoriamente, teria que ser católico. Ménem foi enterrado no cemitério islâmico de Buenos Aires.
Assim, um presidente muçulmano xiita, facilitou a operação de terroristas muçulmanos xiitas, duas vezes, na capital de seu país para matar católicos e judeus, seus cidadãos e também bolivianos, paraguaios e uruguaios. Pena que não se fala ou publica direto assim. A imprensa argentina e mundial deixaram de lado o fato que em ambos os atentados a enorme maioria das vítimas não era judia e se concentrou num fato parcialmente verdadeiro do ataque ter sido contra Israel e contra os judeus.
Lista completa de mortos na AMIA em 1994

† Silvana Alguea de Rodríguez – Argentina, 28 anos – Assistente social – Trabalhava no Serviço Social da AMIA
† Jorge Antúnez – Argentino, 18 anos Trabalhava como garçom num bar na esquina das ruas Tucumán e Pasteur
Moisés Gabriel Arazi – Argentino, 22 anos Estudante Esperava na Bolsa de Empregos da AMIA
† Carlos Avendaño Bobadilla – Chileno, 61 anos Eletricista Trabalhava na oficina da AMIA
Yanina Averbuch – Yanina Averbuch Argentina, 20 anos Estudante Trabalhava no Serviço social da AMIA
Naum Band – Argentino, 55 anos – Trabalhava no sector Vigilânica da AMIA
† Sebastián Barreiro – Argentino, 5 anos – Passava pela porta da AMIA, de mãos dadas com sua mãe
† David Barriga – Boliviano, 28 anos Trabalhava nas obras de reforma da AMIA
† Hugo Norberto Basiglio – Argentino, 47 anos Eletricista Trabalhava nas obras de reforma da AMIA
Rebeca Violeta Behar de Jurín – Argentina, 58 anos Ama de casa, obstetra vizinha da rua Pasteur, passava pela porta da AMIA
Dora Belgorosky – Argentina, 54 anos Trabalhava na Bolsa de Empregos da AMIA
† Favio Enrique Bermúdez – Argentino, 26 anos Trabalhava na loja de Xerox em frente a AMIA
† Romina Ambar Luján Boland – Argentina, 19 anos Estudante passava pela porta da AMIA a caminho da Faculdade de Ciências Econômicas
Emiliano Gastón Brikman – Argentino, 20 anos Estudante Esperava na Bolsa de Empregos da AMIA
† Gabriel Buttini – Argentino, 36 anos Eletricista Trabalhava nas obras de reforma da AMIA.
Viviana Adela Casabé – Argentina, 24 anos Designer gráfica integrava pessoal da DAIA
Paola Sara Czyzewski – Argentina, 21 anos Estudante de Direito estava por acaso no prédio da AMIA
Jacobo Chemauel – Argentino, 56 anos – Trabalhava no Sector Oficina da AMIA
Cristian Adrián Degtiar – Argentino, 21 anos Estudante de Direito integrava pessoal da DAIA
† Diego De Pirro – Argentino, 23 anos Estudante, trabalhava na DGI vizinha na rua Pasteur 632, em frente a AMIA
† Ramón Nolberto Díaz – Argentino, 53 anos – Porteiro do edifício 632 da rua Pasteur 632, em frente a AMIA
Norberto Ariel Dubin – Argentino, 33 anos Sub-cheefe do Setor de Sepultamentos da AMIA
Faiwel Dyjament – Polaco, argentino naturalizado 73 anos, Esperava na Bolsa de Empregos da AMIA
Mónica Feldman de Goldfeder – Argentina, 39 anos Não se sabe por que estava perto da AMIA
† Alberto Fernández – Argentino, 54 anos fazia entregas de padaria e foi cobrar alguns clientes na rua Pasteur
† Martín Figueroa – Argentino, 47 anos Eletricista Trabalhava nas obras de reforma da AMIA
Ingrid Finkelchtein – Argentina, 18 anos Esperava na Bolsa de Empregos da AMIA
Leonor Gutman de Finkelchtein – Argentina, 42 anos, mãe de Ingrid, Esperava na Bolsa de Empregos da AMIA
Fabián Marcelo Furman – Argentino, 30 anos Trabalhava no Setor Sepultamentos da AMIA
† Guillermo Benigno Galarraga – Argentino, 45 anos Sócio da loja de Xerox da rua Pasteur 630
† Erwin García Tenorio – Boliviano Trabalhava nas obras de reforma da AMIA
José Enrique Ginsberg (Kuky) – Argentino, 43 anos Diretor do Setor de Sepultamentos da AMIA
Cynthia Verónica Goldenberg – Argentina, 20 anos estudante de psicologia integrava pessoal da DAIA
Andrea Judith Guterman – Argentina, 28 anos Jardineira Esperava na Bolsa de Empregos da AMIA
Silvia Leonor Hersalis – Argentina, 42 anos Esperava na Bolsa de Empregos da AMIA
Carlos Hilú – Argentino, 36 anos Chefe do Setor Vigilância da AMIA
† Patricio Irala – Paraguayo – Não se sabe por que estava perto da AMIA
† Emilia Jakubiec de Lewczuk – Argentina, 58 anos Passava pela porta da AMIA
Maria Luisa Jaworski – Argentina, 55 anos Ama de casa, empregada doméstica
Esperava na Bolsa de Empregos da AMIA
Analía Verónica Josch – Argentina, 20 anos Esperava na Bolsa de Empregos da AMIA
Carla Andrea Josch – Argentina, 17 anos Esperava na Bolsa de Empregos da AMIA
† Elena Sofía Kastika – Argentina, 54 anos Passava pela porta da AMIA (familia síria)
Esther Klin – Argentina, 49 anos Dona de casa Esperava na Bolsa de Empregos da AMIA
León Gregorio Knorpel – Argentino, 53 anos Esperava na Bolsa de Empregos da AMIA
Berta Kozuk de Losz – Argentina, 67 anos Passava pela porta da AMIA
Luis Fernando Kupchik – Argentino, 42 anos Arquitecto, comerciante tratava de um Sepultamento na AMIA
Agustín Diego Lew – Argentino, 21 anos Estudante Trabalhava no Setor Sepultamentos da AMIA
† Jesús María Lourdes – Não se sabe por que estava perto da AMIA
Andrés Gustavo Malamud – Argentino, 37 anos Arquiteto Dirigia as reformas do edifício da AMIA
Gregorio Melman (Héshele) – Argentino, 53 anos Trabalhava no Setor Vigilância da AMIA
Ileana Mercovich – Argentina, 21 anos Fotógrafa, Estudante Esperava na Bolsa de Empregos da AMIA
Naón Bernardo Mirochnik (Buby) – Argentino, 62 anos Trabalhava como servente na AMIA
† Mónica Nudel – Argentina, 36 anos Vendedora passava pela rua Pasteur
Elías Alberto Palti – Argentino, 38 anos Comerciante Acompanhava amigos na AMIA para cuidar de um Sepultamento
† Germán Parsons – Argentino, 29 anos Artista plástico, morava em frente a AMIA
Rosa Perelmuter – Argentina, 48 anos – Trabalhava como telefonista da AMIA
† Fernando Roberto Pérez – Argentino, 47 anos Gasista Trabalhava nas obras de reforma da AMIA
Abraham Jaime Plaksin – Polaco, argentino naturalizado, 61 anosTrabalhava no Departamento de Cultura da AMIA
Silvia Inés Portnoy – Argentina, 25 anos Esteticista Esperava na Bolsa de Empregos da AMIA
† Olegario Ramírez – Argentino, 46 anos Trabalhava no Setor de Oficina da AMIA
Noemí Graciela Reisfeld – Argentina, 36 anos Trabalhava no Serviço Social da AMIA
Félix Roberto Roisman – Argentino, 48 anos Químico passava pela porta da AMIA a caminho do trabalho
Marisa Raquel Said – Argentina, 22 anos Estudante universitária Recepcionista da AMIA
Ricardo Hugo Said – Argentino, 41 anos Trabalhava no Setor Vigilância da AMIA
† Rimar Salazar Mendoza – Boliviano, 32 anos Trabalhava nas obras de reforma da AMIA
Fabián Schalit – Argentino, 33 anos Economista tratava de Sepultamento na AMIA.
Pablo Schalit – Argentino, 32 anos Arquiteto tratava de Sepultamento na AMIA.
Mauricio Schiber – Argentino, 65 anos Trabalhava no Setor Vigilância da AMIA
† Néstor Américo Serena – Argentino, 51 anos Engenheiro mecânico Trabalhava nas obras de reforma da AMIA
Mirta Strier – Argentina, 42 anos Trabalhava no Centro Marc Turkow da AMIA
Liliana Edith Szwimer – Argentina, 22 anos Estudante de desenho industrial passava em frente da AMIA
Naum Javier Tenenbaum – Argentino, 30 anos Advogado tratava de Sepultamento na AMIA.
† Juan Carlos Terranova – Argentino, 52 anos Distribuidor alimentos estava descarregando na rua Pasteur
Emilia Graciela Berelejis de Toer – Argentina, 44 anos Esperava na Bolsa de Empregos da AMIA
Mariela Toer – Argentina, 19 anos, filha de Emilia, Estudante Esperava na Bolsa de Empregos da AMIA
Marta Treibman – Argentina, 30 anos Empregada administrativa do Serviço Social da AMIA
Angel Claudio Ubfal – Argentino, 34 anos Chefe do Setor de Sepultamentos da AMIA
† Eugenio Vela Ramos – Boliviano, 17 anos ajudante de obra Trabalhava nas obras de reforma da AMIA
† Juan Vela Ramos – Boliviano, 21 anos ajudante de obra Trabalhava nas obras de reforma da AMIA
† Gustavo Daniel Velázquez – Argentino, 16 anos Estudante morava na rua Pasteur 632
† Isabel Victoria Nuñez de Velázquez – Argentina, 51 anos Empregada administrativa AMIA, mãe de Gustavo morava na rua Pasteur 632
† Danilo Villaverde – Argentino, 20 anos Eletricista Trabalhava nas obras de reforma da AMIA
Julia Susana Wolinski de Kreiman – Argentina, 48 anos – Responsável pela Bolsa de Empregos da AMIA
Rita Worona – Argentina, 37 anos Trabalhava no Setor Sepultamentos da AMIA
† Adhemar Zárate Loayza – Boliviano, 31 anos pedreiro Trabalhava nas obras de reforma da AMIA
O que se sabia em 2004

Veja alguns dos fatos que compõe este grande complô. Em primeiro lugar, sempre foi vendida a imagem de que a AMIA – Associação Mutual Israelita, na Rua Pasteur 633 (foto antes do ataque) em Buenos Aires foi um alvo “judaico” legítimo e que as vítimas tinham grande importância para a comunidade judaica local. Mas nada como o passar dos anos para as coisas irem ficando mais claras. Pela primeira vez tivemos acesso a lista categorizada total das vítimas e ficou claro que quase todas não trabalhavam na AMIA, que quase todas eram pessoas desempregadas ou trabalhadores da construção civil, e muitas morreram na rua e nos prédios vizinhos.
33 das vítimas fatais eram cristãs
53 das vítimas fatais eram judias
26 delas eram funcionários da AMIA ou DAIA
22 delas estavam na rua ou em prédios vizinhos
240 outras pessoas ficaram feridas
Fatos e Versões sobre o ataque divulgados pela mídia argentina, e em algum momento considerados verdadeiros
Versão inicial: ataque suicida com carro bomba (falso)
Versão 1 – picape bomba com terrorista não suicida que foi visto correndo antes da explosão (falso)
Versão 2 – picape bomba que subiu a calçada e a escada de entrada com uma bomba voltada para cima (falso)
Versão 3 – Furgão Renault Trafic bomba que teria subido a escada e penetrado até o hall (falso)
Versão 4 – Furgão Renault Trafic bomba que explodiu na rua; há uma cratera nos autos do processo e restos de explosivo Amonal em pedaços de um veículo deste tipo (verdadeiro)
Versão 5 – bomba colocada em caçamba de entulho de empresa árabe colocada minutos antes defronte a porta a AMIA. A empresa trabalhava sempre com o arquiteto das reformas que morreu no ataque e evidentemente impediria que o carro-bomba chegasse até a porta a AMIA. Várias testemunhas viram a enorme caçamba de aço ser colocada no local mas nenhum fragmento dela aparece em nenhuma imagem. O motorista que a colocou testemunhou e confirmou que não a deixou na porta, mas alguns metros afastado o que teria facilitado a entrada do carro bamba (parcialmente falso, pois a bomba não estava na caçamba. Até hoje não ficou claro o papel da empresa árabe no atentado, se é coincidência ou participante).
Versão 6 – da defesa dos policiais envolvidos é que a bomba estava dentro da AMIA devido à falhas na segurança (falso)
Fato – Os dois policiais fardados que estavam de guarda na porta da AMIA largaram o carro e se afastaram dali minutos antes da hora do ataque: o carro semi-destruído foi documentado em imagens (verdadeiro, mas nunca ficou comprovado que eles tenham sido alertados).
Fato – Tanto a AMIA quanto a embaixada de Israel atacada em 1992 estavam em reformas (verdadeiro)
Fato – O ataque contra a AMIA foi feito uma semana antes da comemoração dos 100 anos da entidade (verdadeiro)
Fato – O ataque contra a AMIA no dia 18 de julho de 1994 foi um dia após Tishá b’Av que caiu no domingo quando a AMIA estava fechada (verdadeiro)
Fato – Carlos Saúl Menem, ex-presidente argentino é muçulmano e se converteu ao cristianismo apenas para concorrer às eleições pois a constituição argentina só permitia um presidente católico (verdadeiro)
Fato – No primeiro mandato de Menem a embaixada de Israel foi destruída a bomba em Buenos Aires e não houve esclarecimento do ataque. Em seu segundo mandato presidencial a AMIA foi destruída por carro bomba e o governo fez o que pode para obstruir, não as investigações, mas suas conclusões e indiciamentos (verdadeiro)
Tudo está nos autos do processo que ninguém lê pois é humanamente impossível
No início não havia testemunhas, nem culpados mas, a investigação do caso foi tão profunda que gerou um processo impossível de ser analisado:
– 20 acusados sendo 5 deles envolvidos diretamente no ataque: Carlos Telleldín vendedor de carros roubados e agente de prostituição e 4 ex-policiais: Juan José Ribelli, Mario Barreiro, Anastasio Leal y Raúl Ibarra, além de seis militares da ativa das Guardas Revolucionárias iranias, todos chegaram a postos de comando e até mesmo foram nomeados como ministros no Irã.
– 1.470 testemunhos tomados em juízo
– 400 telefones grampeados com ordem judicial
– 300 mil horas de gravações de conversas telefônicas
– processo com 146 volumes e 29.200 folhas
– Conexão Brigada – polícia de Buenos Aires – mais 40 volumes
– Conexão Armas – Carapintadas (militares argentinos sublevados) – mais 40 volumes
– Perícias – mais 10 volumes e 270 anexos
– no total o processo vai a mais de 45.000 páginas para algo que ninguém sabe quem fez ou quem são os responsáveis

– Desapareceram de dentro da Polícia Federal argentina a agenda de telefones e compromissos de Telleldín e 60 horas de gravações de seus telefones. Ele teria fornecido o furgão Renault Trafic e acusou os policiais em 1996. Anos depois, afirmou que foi pago para dizer isso.
– O New York Times acusou o presidente Carlos Ménen de ter recebido 10 milhões de dólares do Irã para encobrir o caso. Depois o jornal disse que a informação foi de um desertor iraniano.
– O Hezbollah sempre foi acusado pelo ataque mas nunca assumiu. Todavia, no sul do Líbano, existe um busto, numa praça, num memorial homenageando o autor, Ibrahim Hussein Berro, que teria sido morto a 9/set/1994, provavelmente como queima de arquivo. O irmão dele sempre negou qualquer ligação com a AMIA e com o Hezbollah, mas a esposa passou a receber e “bolsa martírio de 300 dólares por mês. Em 2001 a Al Qaeda assumiu o ataque mas ninguém levou a sério. As contradições nos depoimentos e relatórios sobre Ibrahim Berro são tão evidentes, mentidas e desmentidas, que é muito provável que ele não tenha sido o autor e o Hezbollah colocou o corpo de Berro, falecido em combate no Líbano como uma saída para proteger o verdadeiro perpetrador.
– O brasileiro Wilson Dos Santos que foi à embaixada brasileira em Roma avisar sobre o atentado, mas não foi levado a sério, acabou sendo preso na Argentina e condenado a 6 anos de prisão por falso testemunho. Ora, como ele poderia dar testemunho falso ANTES do ataque? É o único condenado até agora, o que aconteceu em 29 de abril de 2003. Cumpre a pena em liberdade
– Carlos Alberto Nizman, Promotor Especial do Caso Amia, foi encontrado morto em sua casa em Puerto Madero, Buenos Aires, em 18 de janeiro de 2015, ao lado de uma pistola Bersa Thunder 22, poucas horas antes de comparecer ao Congresso para discutir as alegações finais do caso e seis dias após a publicação do relatório de 288 páginas. Inicialmente a equipe forense determinada pelo governo, rapidamente definiu como suicídio. Dois anos depois, na revisão do caso, os legistas da polícia determinaram homicídio, não esclarecido até hoje. Nisman era judeu.

No dia 17 de março de 1992 a embaixada de Israel em Buenos Aires foi destruída

12 das vítimas fatais eram cristãs
9 das vítimas fatais eram judias
250 outras pessoas ficaram feridas
-Versão oficial – às 14:45 hs uma picape Ford F100 com cerca de 300 kg de explosivos subiu na calçada e ficou a 2 metros da parede da embaixada, quando o terrorista suicida acionou o detonador.

Lista completa de mortos na Embaixada de Israel em 1992
† Albarracín, Escorcina Lescano de – Argentino
† Arlia de Eguía Seguí, Celia Haydee – Argentina
† Baldelomar Siles, Carlos – Argentino de origem boliviana, pedreiro
Ben Rafael, David Joel – Israelense, diplomata, conselheiro da embaixada, casado, dois filhos
Ben Zeev, Eli Israelense, diplomata, adido da embaixada, casado, dois filhos
Berenstein de Supaniky, Beatríz Mónica – Argentina, empregada administrativa da embaixada, casada, uma filha
† Brumana, Juan Carlos – Argentino, padre de Mater Admirabilis
† Cacciato, Rubén Cayetano Juan – Argentino, motorista de um táxi que estava na rua
Carmon, Eliora – Israelense, empregada administrativa da embaixada, esposa do cônsul Dany Carmon, mãe de 5 filhos.
Droblas, Marcela Judith Argentina, empregada administrativa da embaixada, secretária do adio cultural, Rafael Eldad
† Elowson, Andrés – Argentino, pedestre.
† Lancieri Lonazzi, Miguel Angel – Uruguaio, pedestre
† Leguizamón, Aníbal – Paraguaio, pedreiro
† Machado Castro, Alfredo Oscar – Argentino de origem boliviana, pedreiro
† Machado Castro, Freddy Remberto – Boliviano, trabalhador em construção civil
† Mandaradoni, Francisco – Italiano pedreiro
† Meyers, Francisca Eva Elisa – Argentina
† Quarin, Alexis Alejandro – Argentino, pedestre.
Saientz, Mirta – Argentina, empregada administrativa da embaixada, secretária do
embaixador Izthak Shefi
Sherman de Intraub, Raquel – Argentina, empregada administrativa da embaixada,
Susevich de Levinson, Liliana Graciela – Argentina, empregada administrativa da embaixada,
Zehavi, Zehava – Argentina, empregada administrativa da embaixada

Ataques suicidas precisam ser descartados
Em 1992 e 1994, e mesmo hoje, em 2025, é quase impossível para quem não conhece as normas do martírio islâmico sunita e xiita, entende que são diferentes. Para os sunitas o ataque suicida-homicida, com bomba ou com armas é sancionado. Para os xiitas é proibido e uma ação suicidas só pode ser realizada em combate aberto. Portanto, como os atentados foram realizados por xiitas, não foram suicidas.
Depois do leitor verificar ambos os ataques, fica claro que as primeiras versões para 1994, apenas copiaram a conclusão de 1992, como se tivessem sido iguais.
Por José Roitberg – jornalista e pesquisador