MINUTINHO DA HISTÓRIA JUDAICA MODERNA
“A Assembleia Nacional da França aprovou hoje (17/nOV/2025) uma lei que promove o Capitão Alfred Dreyfus ao posto de general de brigada, como um gesto de reparação por sua condenação injusta por traição em 1894. O reconhecimento busca corrigir a injustiça cometida contra ele em um caso antissemita que deixou uma marca profunda na história da França e do povo judeu.”
Por essa ninguém esperava! Quando eu li a postagem do Daniel sobre a promoção póstuma de Dreyfus a general, quase caí da cadeira. Qualquer um que milita na seara do combate ao antissemitismo e pelo sionismo tem que estar vibrando nesta noite!
O julgamento e condenação a partir de documentação falsa do capitão de artilharia Dreyfus são um ponto nítido de inflexão na história dos judeus e na história de Israel. Não tivesse havido esta condenação e não tivesse o caso gerado um aumento enorme do antissemitismo, Theodor Herzl não teria ficado impressionado, nem escrito o Judenstatt e provavelmente o Congresso Sionista Mundial nunca teria acontecido. Será que podemos afirmar que, se não fossem os antissemitas franceses, o Estado de Israel não existiria? Não estou afirmando isso e não sei como responder.
Para a maioria das pessoas que têm noção sobre Dreyfus, a história termina na condenação dele. Um grupo menor sabe que ele foi exonerado de todas as acusações em 1906, libertado e reintegrado às forças armadas francesas. Mas o que aconteceu em seguida, quase ninguém sabe.
Ah, e pouca gente fora da França sabe que a pronúncia é “Dreifí” e não “Drêifus”…
Ele nasceu em 1859. Sendo assim, em 1906, já estava com 47 anos de idade. No ano seguinte, foi aposentado e colocado na reserva.
Sete anos depois eclode a Guerra Mundial (que então ninguém chamava de “primeira”). Ele então volta para o serviço ativo e participa dos quatro anos da guerra. Nos anos iniciais, ele comandava o sistema de suprimentos de artilharia (munição basicamente). Mas, em 1917, todos os países envolvidos já estavam com falta de homens, e mesmo ele tendo a saúde fragilizada pelos anos de cárcere na Ilha do Diabo, foi promovido a major e lhe foi dado o comando de uma unidade completa de artilharia.
Participou ativamente das duas maiores carnificinas do conflito: as batalhas de Verdun e a segunda batalha do Aisne. Foi promovido a tenente-coronel em setembro de 1918, já com 59 anos de idade. A guerra terminou em 10/nov/1918. Mas dias antes, foi condecorado como Oficial da Legião de Honra, a mais alta condecoração francesa. O tenente-coronel Alfred Dreyfus faleceu em 12/jul/1935 com 75 anos de idade.
Agora você sabe! E a foto é de uma cerimônia militar que não sabemos qual é, ocorrida após a guerra, em 1919. O tenente-coronel Dreyfus está apontado pela seta amarela.







